sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Aflição de amor

Meu coração não dispara ao te ver,
Por qualquer medo ou aflição,
Ele dispara só para avisar,
Que devo ir em sua direção...

E é quando tuas mãos percorrem meu pescoço,
pela minha pele teu amor a espalhar,
a minha boca pede em silêncio,
o que os meus olhos gritam só em te olhar...

Se insistes em aproximar devagar,
te peço que não demores,
tudo o que palpita em meu corpo,
pede com sede os teus toques...

E quando finalmente tocas meus lábios,
com os teus a tremer,
não me agüento sem demora,
A querer-te render...

Afago teus cabelos,
Aperto-me contra teu peito,
Para que saibas que não apenas te amo,
Desejo-te de corpo inteiro.


*Eita, essa eu tinha na manga... que saudade de sentir as palavras brotando de meus cabelos e chegando aos meus dedos

Cubo mágico, Cubo Branco

Há tempos que venho tentando escrever. E quando digo escrever, quero dizer, escrever poesias e músicas. Bloqueio criativo? Como nunca me achei muito criativa, não acho que seja isso. Me influencio pelo que leio, pelo que estou vivendo. O que estou percebendo é que não tenho tido realmente o que poetizar. Não que a vida esteja ruim, que eu esteja em maus momentos. Simplesmente não consigo fazer transbordar coisa alguma, porque não há o que fazer transbordar. Meu fascínio pela vida não acabou, não foi perdido, de maneira alguma... Talvez simplesmente eu esteja em época de prosa não de verso. Me assusto um pouco com isso, mas acho que é muito engraçado. Aliás, uma coisa que sempre consigo achar é graça nas coisas. Talvez o seja interessante eu viver esse momento, respeitá-lo e brincar com ele. Não estou muito de verso, mas não estou ao avesso. Meu grande problema é que quando escrevo questiono tudo e acho que sempre tem um lado que faz aquilo que escrevi ter mais uma versão, ou não ter sentido. Talvez eu esteja enxergando tudo de muitas formas, de muitos lados, de muitos ângulos e aí entra o cubo mágico. Vejo as situações como se fossem cubos, e não consigo descrevê-las sem achar que estou distorcendo ou falando pouco ou falando muito. É como se as situações fossem cubos mágicos... são coloridas, cheios de reviravoltas e há sempre há mais do que uma simples visão. Devo estar confusa. Veja bem, atentei para o lado psicológico do cubo. Ele representa pra mim, as surpresas, os desafios, que apimentam a vida, que tornam a menos chata, mais surreal, mais incrível e menos previsível. Quando você senta e brinca com um cubo mágico, talvez você não consiga por tudo no lugar, mas algumas partes, e estas partes que você conseguiu vão te deixar feliz se assim você permitir. Aí está a diferença sutil entre as pessoas, tem gente que não brinca com cubos, por que se acham incapazes de conseguir; há aqueles que brincam sem pretensão de chegar ao fim e vão curtindo o que conseguem; tem aqueles que pegam achando fácil e sem conhecer a técnica não conseguem encaixar todas as cores nos lugares certos e ficam chateados por isso, irritam-se; mas há aqueles que sentam e conseguem, e curtem saber se virar com o cubo. Cada um vê o cubo como algo diferente, vêem o cubo de acordo como conseguem brincar com ele: um desafio, um passatempo, uma diversão, uma maneira de mostrar uma habilidade e impressionar alguém...Ah! Ainda há os espertos e estrategistas, que vão logo pedir ajuda seja com alguém ou no Google mesmo, por que afinal de contas, o importante é deixar o cubo perfeitamente em ordem! Mas talvez eu esteja neste momento olhando pra um cubo na minha vida e não esteja sentindo nada, é como se ele estivesse todo branco. Acho que estou numa efusão de pensamentos, falta-me aquela paz-inha, aquela quietude inquieta que te faz escrever poesia. Sei lá... tempos estranhos...