terça-feira, 30 de novembro de 2010

Delicado Amor

É como enxergar a sua frente um singelo e delicado ofiuróide,
belo e gracioso, no raso de uma poça nos corais expostos a luz do sol.
Você tem medo de pegá-lo, mas curiosamente quer enxergar de perto e acreditar no que vê. E quando delicadamente consegue segurá-lo em suas mãos, torce pra que ele não se sinta preso, pois a liberdade dele, os seus movimentos, caminhos e passos é o que mais belo há na sua expressão.
E você logo o coloca de volta na água, assiste ele fazendo seu caminho, se escondendo,
se alimentando, se reproduzindo.
Assim é o amor.

sábado, 20 de novembro de 2010

Forró amor e dança

E tem coisa 'mió'
que arrasta-pé
e forró?

baixa o céu amarelo
sobe o céu escuro
é nessa hora que fica bom...
e que me aventuro

a noite pede pra dançar
daqui não me arredo
sem 'rastar' a chinelo
com meu par

chega 'homi'
chega 'mulé'
tem rastapé
pra quem quiser

os menino
a brincar
de estourar bombinha
e balão a 'sortá'
mas cuidado com ele
que se cair vai 'queimá'

sanfoneiro não poupe não
toque logo ai, homi, um baião..
vou 'rastar' meu nego
por todo salão

e muié que dança
sabe o dom que tem
que bonito é quem canta
mas quem dança também

rodopia o casal
e areia a levantar
só quando pára a música
que pára de 'rodá'

e quando amanhece o dia
o céu a 'clariá'
'nóis' vai dormi com certeza
de que a noite
vai 'vortá'

e quem sorte não teve hoje
boa sorte amanhã
que 'os dia' nunca acaba
hoje é noite, amanhã manhã

e coração valente tem pouco
que se arrebate com paixão
'homi' é bicho bobo
se satisfaz com pouquinho
mas vou te dizer baixinho
não é por farta de coração

é que amor é flor de espinho
quem pega há de se machucar
mas só conhece o aroma de rosa
quem se aprochegar...

mas lhe dou um aviso
é só chegar de mansinho
e não apertar forte
que coração não se machuca
nem flor sofre entorte

Não repara

Como viver em meio ao caos?
Como restaurar a força?
A crença? A própria fé e a energia ?
Por que nos deixamos consumir pelas pessoas?
Como não se deixar levar pelo amor?
Ou pela possibilidade dele...
Por que tudo isso acontece, aconteceu, acontecerá?
E por que não simplesmente não pensar?

E o que faz a página virar?
E o que faz as perguntas se aquietarem?
E o que faz o espírito dizer “encontramos a paz”?
E será possível encontrá-la?
Será preciso amar pra isso? Ou será preciso não amar?

Fazer os planos darem certo
Fazer o tempo passar
Fazer a cabeça parar de pensar no passado
E no futuro também

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Aflição de amor

Meu coração não dispara ao te ver,
Por qualquer medo ou aflição,
Ele dispara só para avisar,
Que devo ir em sua direção...

E é quando tuas mãos percorrem meu pescoço,
pela minha pele teu amor a espalhar,
a minha boca pede em silêncio,
o que os meus olhos gritam só em te olhar...

Se insistes em aproximar devagar,
te peço que não demores,
tudo o que palpita em meu corpo,
pede com sede os teus toques...

E quando finalmente tocas meus lábios,
com os teus a tremer,
não me agüento sem demora,
A querer-te render...

Afago teus cabelos,
Aperto-me contra teu peito,
Para que saibas que não apenas te amo,
Desejo-te de corpo inteiro.


*Eita, essa eu tinha na manga... que saudade de sentir as palavras brotando de meus cabelos e chegando aos meus dedos

Cubo mágico, Cubo Branco

Há tempos que venho tentando escrever. E quando digo escrever, quero dizer, escrever poesias e músicas. Bloqueio criativo? Como nunca me achei muito criativa, não acho que seja isso. Me influencio pelo que leio, pelo que estou vivendo. O que estou percebendo é que não tenho tido realmente o que poetizar. Não que a vida esteja ruim, que eu esteja em maus momentos. Simplesmente não consigo fazer transbordar coisa alguma, porque não há o que fazer transbordar. Meu fascínio pela vida não acabou, não foi perdido, de maneira alguma... Talvez simplesmente eu esteja em época de prosa não de verso. Me assusto um pouco com isso, mas acho que é muito engraçado. Aliás, uma coisa que sempre consigo achar é graça nas coisas. Talvez o seja interessante eu viver esse momento, respeitá-lo e brincar com ele. Não estou muito de verso, mas não estou ao avesso. Meu grande problema é que quando escrevo questiono tudo e acho que sempre tem um lado que faz aquilo que escrevi ter mais uma versão, ou não ter sentido. Talvez eu esteja enxergando tudo de muitas formas, de muitos lados, de muitos ângulos e aí entra o cubo mágico. Vejo as situações como se fossem cubos, e não consigo descrevê-las sem achar que estou distorcendo ou falando pouco ou falando muito. É como se as situações fossem cubos mágicos... são coloridas, cheios de reviravoltas e há sempre há mais do que uma simples visão. Devo estar confusa. Veja bem, atentei para o lado psicológico do cubo. Ele representa pra mim, as surpresas, os desafios, que apimentam a vida, que tornam a menos chata, mais surreal, mais incrível e menos previsível. Quando você senta e brinca com um cubo mágico, talvez você não consiga por tudo no lugar, mas algumas partes, e estas partes que você conseguiu vão te deixar feliz se assim você permitir. Aí está a diferença sutil entre as pessoas, tem gente que não brinca com cubos, por que se acham incapazes de conseguir; há aqueles que brincam sem pretensão de chegar ao fim e vão curtindo o que conseguem; tem aqueles que pegam achando fácil e sem conhecer a técnica não conseguem encaixar todas as cores nos lugares certos e ficam chateados por isso, irritam-se; mas há aqueles que sentam e conseguem, e curtem saber se virar com o cubo. Cada um vê o cubo como algo diferente, vêem o cubo de acordo como conseguem brincar com ele: um desafio, um passatempo, uma diversão, uma maneira de mostrar uma habilidade e impressionar alguém...Ah! Ainda há os espertos e estrategistas, que vão logo pedir ajuda seja com alguém ou no Google mesmo, por que afinal de contas, o importante é deixar o cubo perfeitamente em ordem! Mas talvez eu esteja neste momento olhando pra um cubo na minha vida e não esteja sentindo nada, é como se ele estivesse todo branco. Acho que estou numa efusão de pensamentos, falta-me aquela paz-inha, aquela quietude inquieta que te faz escrever poesia. Sei lá... tempos estranhos...

sexta-feira, 28 de maio de 2010

ah risco!

Ahhh risco! que fazer contigo?
Há risco... arisco!
Risco o 'arrisco' da cabeça?
Ou arrisco e tomo o risco?
Arrisco e risco o risco!
Pronto!
Decidido!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Metamorfose constante

As vezes lagarta,
Outrora borboleta...
Casulo não é minha casa,
é minha pousada!

domingo, 28 de março de 2010

Para todos nós

Em 2007, escrevi essa oração, hoje compartilho com você:

Peço pelos famintos de comida,
pelos carentes de amor,
pelos necessitados de saúde e alegria,
por aqueles que precisam de família e esperança em suas vidas!
Peço para que Deus nos ajude a prover a todas as nossas
necessidades com sabedoria, plenitude e serenidade!

Peço a Deus para que nos ilumine e abençoe para sabermos e ou aprendermos
que caminhos tomar, que palavras proferir e que atitudes ter sem prejudicar os outros, o meio ambiente e a nós mesmos!

Que possamos todos aprender e evoluir juntos, nos aperfeiçoando e ajudando
uns aos outros, oferecendo o que há de melhor em nós e repartindo a alegria,
o conhecimento e as virtudes!

Amém!

segunda-feira, 15 de março de 2010

Sem talento

Criatura sem talento algum.
Se me ponho a escrever tenho de ter
um jorro de inspiração, senão...

Eis que me pega de surpresa
A treta do coração
Sempre que essa surge
Vem poema, poesia, canção...

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O vazio

Assusta, condena e por fim...liberta! Ele te faz aprender a gozar do maior tipo de liberdade que existe, na minha opinião: a liberdade de escolher como você quer se sentir neste momento (você as vezes parece não ter escolha, mas tem) e esse é o passaporte para entrar e sair do vazio, confortavelmente, com a coragem de quem sabe o quer e quando quer. E de repente, sendo assim, o vazio se torna o refugio sereno e lar das inúmeras possibilidades! Só lhes digo é algo que chegar a essa postura realmente nos torna de uma maneira simples... felizes!